Nessa madrugada eu pensei tanto na falta que você me faz, acho que foi isso que me fez perder o sono e amanhecer deitada escrevendo, com algumas lagrimas escorrendo e outras já escorridas. Pensei bem se vale a pena ficar esperando por você, e como seria se estivéssemos juntos desde o começo? Como seria se já tivéssemos colocado um verdadeiro fim em tudo isso, que não sugeríssemos mais um: “nada ta acabado, ou até, nós ainda vamos ser felizes juntos”! Poderia ser tudo completamente diferente, sem sofrimento, sem ciúmes, sem desanimo da vida e sem sentir a falta que sinto.
Será que poderíamos achar que foi tudo em vão esse tempo todo que passamos fazendo planos, falando besteiras um ao outro, como diria um amigo nosso: “Propostas indecentes.” que nós, de indecente não vimos nada, não é? O cansaço das conversas de domingo à tarde, das noites que eu não podia estar presente, mas sempre dava um jeitinho de aparecer, nem que fosse por alguns minutos. Foi em vão o tremor das mãos e o coração disparado ao te ver? A carta escrita, o presente enviado, todas as fotos tiradas, e guardadas sempre nos melhores lugares para que eu sempre pudesse estar vendo, é, não pode ter sido tudo em vão, foram exatamente 35 meses, 1 semana e 2 dias, desde que tudo começou, me lembro como se fosse hoje, estava fora do lugar onde eu iria dormir, por que no quarto meu celular não tinha sinal, era meia noite do dia 11/11/2006, eu já estava super feliz por ter conseguido ser a primeira a dar os parabéns pro meu irmão por telefone, já que estava longe, coisa que nunca tinha acontecido, mas sempre tem a primeira vez né, o tempo estava bom, nem frio nem calor, desliguei o celular e ouvi me chamarem pra entrar logo por que já estava tarde, e pela tarde eu teria um campeonato, entrei correndo, toda sorridente e já conversando e fazendo bagunça, não tenho como costume dormir cedo, mas estava tão cansada de não ter dormido direito no dia anterior e ter treinado a tarde inteira, puff, cheguei na cama, conversei por pouco tempo e só me dei conta pela manhã, eram no máximo 9:00 horas, levantei correndo pra tomar banho e me arrumar, pronta, sequei bem o cabelo ajeitei, desci pra tomar café com todas as meninas, mas nem todas estavam acordadas e as que estavam, não estavam com tanta “pilha” quanto eu, claro, sempre a mais louquinha e desajeitada, tomei meu café correndo, subi arrumei tudo certinho pra quando voltasse do campeonato dos meninos seria só “jogar uma água no corpo” e por o uniforme, tudo certo a professora vai me chamar, baixinho pra não acordar as outras meninas que estavam no meu quarto, e diz que já estão indo, eu estava pronta, e desci, fomos em 5, eu, a professora, uma auxiliar, e minha “mãe e irmã postiça”, falaram da minha roupa, que meu shorts era curto, mas o que eu podia fazer se eu só uso esse tipo de shorts e não tinha levado outro, claro, além de não ter eu detesto shorts até o joelho, acho que nenhuma garota de 15 anos gosta, to mentindo? Não, tenho certeza! Mas tudo bem, não é da minha roupa que parei pra escrever; o local de competição era bastante perto, em 5 minutos chegamos lá, estava com o fone de ouvido, muito feliz, a tristeza nem chegava perto, só pensando no que ia ver naquele ginásio. Chegamos lá, já tinha começado, garotos e mais garotos pra todos os lados, claro, era só campeonato masculino, o feminino ia ser à tarde. Observo tudo e um no meio de todos se destacou pra mim, fiquei observando-o em todos os aparelhos, é, além de ser um bom ginasta, me chamou atenção “pessoal” e com isso ouço um: “hmmmmmmmmm” caí na risada, e pelo que eu soube, fiquei vermelha e muito envergonhada. Começou a premiação, teve outro que se destacou no campeonato, mas esse não se destacou pra mim. Acabou, tiraram fotos, e nós, fomos embora, jogar aquela água no corpo almoçar e nos arrumar pra voltar à tarde, tudo certo, voltamos à tarde, tivemos um aquecimento, e nos preparamos pra começar a competir, eu competia sozinha, por ter 15 anos e não ter mais ninguém na minha equipe, mas competi assim mesmo, disputando apenas pelo individual geral. Competi, achei que fui “bem” e meu salto foi “bom”; a espera do resultado tava ficando tensa, chamaram o 3º lugar, não era eu, comecei a ficar com medo de não ganhar nada, mas estaria feliz já que poderia ficar em 2º ou 1º, minhas mãos já estavam tremulas e suando, chamaram o 2º lugar, também não era eu, meus olhos encheram de lágrimas, e comecei a tremer mais, já que eu tinha achado que a garota do 2º lugar tinha sido melhor que eu, enfim, chamaram o 1º BRUNA DOS SANTOS RUEDA – ACADEMIA BEUGE LUCAS – PARANAGUÁ. Quem diria né, levantei minhas pernas estavam tremendo, fiquei muito nervosa ao subir no podium. Até aí tudo bem, mas durante a competição avistei o tal garoto que competiu pela manhã, sim, ele treinava no próprio ginásio que estava tendo o campeonato, estava ele e o garoto que conquistou vários primeiros lugares pela manhã, no final, ele foi cumprimentar as garotas que competiram, as que treinam com ele, umas das garotas, da minha turma, foi tirar foto com ele, ela tinha 9 anos, e eu aproveitei a deixa, tirei a foto com os dois, e mais uma vez ouvi um: “hmmmmmmmmm” [eu ainda tenho a foto] dei um tchau, mega simpático, e fomos pegar nossas coisas, tomar banho, nos arrumar e ir ao shopping. A viagem foi boa, cheguei em casa logo no domingo pela manhã, não fiz nada antes de ligar o computador, passar as fotos e “a foto”, e procurei curiosamente por ele em uma comunidade relacionada ao esporte, e quando eu procuro, e quero, eu acho ! Sim, eu achei, adicionei e começamos a nos falar, no começo foi estranho, não nos conhecíamos e não tínhamos muito papo, passou um tempo nos vimos em agosto do ano seguinte, outra foto, mas agora com direito a uma conversinha e um abraço de despedida, passou mais um tempo e chegou 2008 com mais dias pra se ver e nada fazer, agosto também, a foto, o abraço e a conversinha, setembro, conversinha, foto, abraço, brincadeirinhas, outubro, com um sequestro “formado”, cutucões, conversas, brincadeiras, foto, e juntos no shopping, é ele ganhou de mim no joguinho e tal, mas tudo bem, e o tal sequestro não deu certo, era meio obvio né, sem contar que a minha “concorrente” estava lá, irritante como sempre, mas tudo bem, me levou até a porta, me abraçou forte e eu coloquei uma papel em seu bolso, com a nossa foto e pedindo para que guardasse bem aquilo, final de 2008, enviei pelo correio um presente já que era aniversario e logo o natal, ele me manda uma mensagem no celular dizendo que adorou, foi simples, mas foi de coração né. Nisso começou o nosso papo pelo celular, claro por mensagem, por que falar temos vergonha, começaram os planos e outros, pra janeiro, se desse tudo certo, seria naquele mês que viveríamos uns lindos dias de “amor” ihul. Mas nada deu certo, ficamos sabendo de um curso de arbitragem na capital, tanto pra mim quanto pra ele, o meu era no final de janeiro, já o dele era só no começo de março, eu fiz, chegou final de fevereiro ele me mandou um torpedo dizendo que não poderia vir mais, por causa das aulas da faculdade, tudo bem, eu parei de treinar e ele também, eu já estava dando aula, ele também, logo em abril, fechou a academia onde eu atuava, fiquei sem eira nem beira, logo em junho chegou o primeiro campeonato, fui convocada pra arbitrar, mas ele não pode ir. Chegou agosto, aconteceu algo inesperado, uma gripe nos prejudicou, acabou não tendo o campeonato e sendo transferido para setembro, dia 26, não era mais certeza se iríamos por que mudaram tudo, chegou dia 24, caso a professora não me ligasse não iríamos, chegou dia 25 e ela ainda não havia me ligado, estava desesperada, por que eu precisava ir, não estava aguentando mais dia 25 às 10:43 ela me liga: nós vamos pro campeonato às 16 horas o ônibus sai. E fomos, a viagem foi muito rápida, coisa incrível, quase não vi passar e não dormi, chegamos meia noite, sábado pela manha, deu tudo certo, como só voltaríamos no domingo pela tarde, resolvemos sair na noite de sábado, foi onde aconteceu as tais “propostas indecentes” e todo aquele estress, aquela despedida e já toda aquela saudade! E até agora eu tenho tentado evitar contato, dizendo que não quero mais saber, mas pra falar a verdade, eu não consigo esquecer, e depois de todo esse tempo, eu não esqueci, posso te considerar como um amor pra mim?
- ‘Adeus vou te esquecer.’
06:12 – 19/10/2009
